terça-feira, fevereiro 22, 2005
Não recear o futuro
Está a tornar-se um lugar comum. Na sexta-feira passada fui ver uma peça de teatro e mais uma vez, comovi-me. Esteve no Teatro São Luiz até domingo. Mas de ceretza que vai continuar, noutro palco qualquer. Chama-se «Cabeças no Ar».
È uma história sobre uma turma de alunos terríveis, irrecuperáveis, sem futuro. Que são conquistrados pela poesia de um professor diferente e aprender que podem confiar neles e nas suas capacidades.
Há uma frase no final da peça, dita pela boca do professor diferente, que sintetiza o meu sentimento no final da hora e meia de música e poesia dos «Cabeças no Ar»: «Não temos que recear pelo futuro». Foi com essa ideia que eu sai do São Luiz. Apesar de nos termos habituado à mediocridade, nos ecrãs, nos palcos e nas prateleiras das livarias de parecer que, quanto mais uma obra é má, mais gente a quer ver, ler ou estar ligado a ela, ainda há quem invista na qualidade. Ainda há quem ache que para fazer mal é melhor não fazer.
«Cabeças no Ar» é um oasis. Uma ilha no lodo. Mas é também um bom sintoma de que está a voltar aos palcos a vontade de reagir contra o este estado de coisas que se instalou de há três anos para cá, e que torna a depressão nacional ainda mais deprimente.
Os «Cabeças no Ar» foi uma lufada de ar fresco. Um prenúncio do que estava para vir no Domingo, com as eleições. Afinal, a esperança ainda existe.
È uma história sobre uma turma de alunos terríveis, irrecuperáveis, sem futuro. Que são conquistrados pela poesia de um professor diferente e aprender que podem confiar neles e nas suas capacidades.
Há uma frase no final da peça, dita pela boca do professor diferente, que sintetiza o meu sentimento no final da hora e meia de música e poesia dos «Cabeças no Ar»: «Não temos que recear pelo futuro». Foi com essa ideia que eu sai do São Luiz. Apesar de nos termos habituado à mediocridade, nos ecrãs, nos palcos e nas prateleiras das livarias de parecer que, quanto mais uma obra é má, mais gente a quer ver, ler ou estar ligado a ela, ainda há quem invista na qualidade. Ainda há quem ache que para fazer mal é melhor não fazer.
«Cabeças no Ar» é um oasis. Uma ilha no lodo. Mas é também um bom sintoma de que está a voltar aos palcos a vontade de reagir contra o este estado de coisas que se instalou de há três anos para cá, e que torna a depressão nacional ainda mais deprimente.
Os «Cabeças no Ar» foi uma lufada de ar fresco. Um prenúncio do que estava para vir no Domingo, com as eleições. Afinal, a esperança ainda existe.
Sete e meia
Há uma hora do dia que eu adoro. Sete e meia em ponto. Não sei porquê. Talvez porque seja o final do dia, aquele momento em que as pessoas ainda dizem os últimos «boa tarde», e já dizem os primeiros «boa noite». A hora em que, no Verão, se tomam os melhores banhos de mar.
O que eu sei é que desde pequeno, as coisas boas acontecem sempre às sete e meia. Deve ter a ver com o simbolismos dos números. Ou com a minha propensão para me deixar levar pela hora. Sete e meia soa sempre bem. È sempre uma hora boa.
Ás sete e meia começa o Noddy na televisão. È a hora em que o meu filho me pede para me sentar com ele no sofá e se encosta a mim a ver os desenhos animados. É a pausa antes do banho diário e do ritual do jantar. Um momento a dois, tranquilo, pleno, poético. Por muitas birras, por muitas zangas, por muitas chatices no trabalho, por muito trabalho acomulado, por muita confusão. Às sete e meia é a hora da trégua. O momento em que nos sentamos e em que tomamos consciência de que passou mais um dia. Só podia ser às sete e meia.
O que eu sei é que desde pequeno, as coisas boas acontecem sempre às sete e meia. Deve ter a ver com o simbolismos dos números. Ou com a minha propensão para me deixar levar pela hora. Sete e meia soa sempre bem. È sempre uma hora boa.
Ás sete e meia começa o Noddy na televisão. È a hora em que o meu filho me pede para me sentar com ele no sofá e se encosta a mim a ver os desenhos animados. É a pausa antes do banho diário e do ritual do jantar. Um momento a dois, tranquilo, pleno, poético. Por muitas birras, por muitas zangas, por muitas chatices no trabalho, por muito trabalho acomulado, por muita confusão. Às sete e meia é a hora da trégua. O momento em que nos sentamos e em que tomamos consciência de que passou mais um dia. Só podia ser às sete e meia.