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segunda-feira, abril 26, 2004

Abril 

No dia 25 de Abril de 1974 a minha mãe levou-me à varanda da nossa casa, ali no Campo Grande, para eu ver as tropas do MFA passar. Não sei se ela me explicou que lá em baixo, na rua, passavam homens corajosos, que se preparavam para libertar o país. Mas é o mais provável.
Nos anos que se seguiram, os meus pais fizeram questão de me levar a todas as manifestações. De tal maneira, que me recordo de, aos quatro anos, estar em cima de uma macieira a cantar o «Venceremos com as armas que temos na mão», com o punho esquerdo erguido.
Para mim, o 25 Abril é uma das datas mais comoventes do calendário. Fico sempre com um nó na garganta quando vejo as imagens do Carmo. Para mim, o Capitão Salgueiro Maia é um dois heróis portugueses do século XX. Sem dúvida absolutamente nenhuma.
O meu filhote ainda liga pouco a manifestações. Ontem, levei-o ao Parque das Nações. Não vimos cravos, nem manifestações. A razão é só uma. Pragmática, Estava muito calor, muito sol e ele é pequenino. Na Av. da Liberdade não há assim tantas sombras e o Parque das Nações estava cheio de crianças e com uma aragem que vinha do rio que tornava o ar suportável.
Sei que daqui a um ano já lhe vou poder explicar melhor as coisas. Quero que ele saiba o que se passou naquela madrugada. Sem preconceitos partidários, sem desinformações ou «r's» que aparecem e desaparecem conforme os fantasmas de algumas cabeças decidem.
Não sei como é que se explica a democracia a uma criança. As crianças são egoístas por natureza. No fundo, são os homens sem as capas da cultura, do humanismo. Por isso, a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade são conceitos que têm de ver aplicados na prática, para acreditarem neles.
Mas vou fazer um esforço. Acho que devo isso ao Capitão Salgueiro Maia e aos outros homens corajosos. 25 de Abril Sempre!

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