segunda-feira, junho 21, 2004
Goooolo!
Adoro futebol. Respiro futebol. Sofro por quem ganha e por quem perde. E gostava muito que todas as equipas que estão no Euro 2004 fossem campeães europeias... Bem... Talvez não gostasse de ver os alemães a erguer a taça... Mas de resto, gosto dos outros todos! A sério!
Quando estou num estádio, ou em casa, o que ultimamente tem sido a regra, transformo-me. Fico colado ao televisor. Grito, esperneio, ando de roda, levo as mãos à cabeça. Ontem, não foi excepção. Como todos os corações generosos, dei o meu apoio, sem reservas, à Selecção Nacional. Quando o Nuno Gomes marcou o golo, saltei do sofá e parecia que estava em campo. Gritei, soquei o ar e disse um ou dois palavrões. E depois... Olhei para a cara do meu filho, que me olhava espantado.
Desde muito cedo que o meu filhote aprendeu a levantar os braços quando ouve o pai, ou a mãe, gritarem golo. Gosta de futebol. Tem pelos menos meia dúzia de bolas de futebol, algumas das quais oficiais. Adora correr na relva e anda a aprender a chutar.
Mas ontem, olhava-me com uma expressão perplexa. O que é que se estaria a passar com aquele adulto que urrava e esperneava, por causa de uma coisa que estava a dar na televisão.
Durante uns segundos, acho que ele ponderou chorar um protesto. Depois, a mãe pegou-lhe ao colo e assegurou-lhe que estava tudo bem e que o pai estava só muito contente.
A cena repetiu-se no final do encontro. O pai devorador de futebol voltou a gritar um «Ganhámos!», saído das profundezas da sua alma de adepto, e o bebé voltou a olhar para ele com um misto de condescendência e de pavor.
Depois, saímos todos para a rua a buzinar. O bebé atrás, maravilhado com um cachecol que saía pela janela e ele podia morder à vontade. O pai a buzinar e a acenar aos adeptos que gritavam a plenos pulmões nas ruas. Demos uma volta de meia hora. O tempo suficiente para que a euforia desse lugar ao pragmatismo. O bebé queria dormir. Nós estávamos estafados... E afinal... Só passámos aos quartos de final.
Esta quinta-feira repetimos a dose. Entretanto, o meu filho começa a aperceber-se que agora há futebol todos os dias na televisão. E pode ser que se habitue aos meus gritos... Ou os comece a ignorar...
Quando estou num estádio, ou em casa, o que ultimamente tem sido a regra, transformo-me. Fico colado ao televisor. Grito, esperneio, ando de roda, levo as mãos à cabeça. Ontem, não foi excepção. Como todos os corações generosos, dei o meu apoio, sem reservas, à Selecção Nacional. Quando o Nuno Gomes marcou o golo, saltei do sofá e parecia que estava em campo. Gritei, soquei o ar e disse um ou dois palavrões. E depois... Olhei para a cara do meu filho, que me olhava espantado.
Desde muito cedo que o meu filhote aprendeu a levantar os braços quando ouve o pai, ou a mãe, gritarem golo. Gosta de futebol. Tem pelos menos meia dúzia de bolas de futebol, algumas das quais oficiais. Adora correr na relva e anda a aprender a chutar.
Mas ontem, olhava-me com uma expressão perplexa. O que é que se estaria a passar com aquele adulto que urrava e esperneava, por causa de uma coisa que estava a dar na televisão.
Durante uns segundos, acho que ele ponderou chorar um protesto. Depois, a mãe pegou-lhe ao colo e assegurou-lhe que estava tudo bem e que o pai estava só muito contente.
A cena repetiu-se no final do encontro. O pai devorador de futebol voltou a gritar um «Ganhámos!», saído das profundezas da sua alma de adepto, e o bebé voltou a olhar para ele com um misto de condescendência e de pavor.
Depois, saímos todos para a rua a buzinar. O bebé atrás, maravilhado com um cachecol que saía pela janela e ele podia morder à vontade. O pai a buzinar e a acenar aos adeptos que gritavam a plenos pulmões nas ruas. Demos uma volta de meia hora. O tempo suficiente para que a euforia desse lugar ao pragmatismo. O bebé queria dormir. Nós estávamos estafados... E afinal... Só passámos aos quartos de final.
Esta quinta-feira repetimos a dose. Entretanto, o meu filho começa a aperceber-se que agora há futebol todos os dias na televisão. E pode ser que se habitue aos meus gritos... Ou os comece a ignorar...