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sexta-feira, dezembro 10, 2004


Um sorriso Posted by Hello

É meu! 

Será que as crianças sabem o que é a propriedade? Ou começam a dizer «é meu!» porque vêm os adultos a fazer o mesmo? O meu filho começou a dizer «é meu!» no passado fim-de-semana. Estava com a prima. E a disputa era sobre os carrinhos e restantes brinquedos que ambos tinham que partilhar. O meu filho adora carros. É a sua nova paixão. E foi o primeiro item que agarrou junto ao peito e reclamou como sendo da sua posse exclusiva.
Não foi tanto a frase que me surpreendeu. Mas a forma como foi dita. Como foi gritada. De certeza que ele aprendeu no infantário as regras da posse e a necessidade de a manter e preservar. Mas deve ter aprendido também que com a posse vem sempre o medo de a perder.
É tão pequenino e já sabe o princípio básico da sociedade capitalista contemporânea... E já aprendeu que só há uma maneira de preservar as coisas que prezamos... Gritando!

Cáua 

O meu filho adora carros. Foi de repente. Um dia eram as bolas, os Legos, os livros... No outro, eram os carros. Não sei se foi um autocarro de dois andares que lhe comprámos em Londres. Ou se foi a descoberta dos carrinhos da Matchbox, que a avó guardou numa arca e que noutros tempos eram umas das principais razões porque o pai e o tio se pregavam à pancada... Mas a verdade é que o meu filho está a desenvolver uma obsessão pelas viaturas com rodas.
Cada vez que vamos na rua fica vidrado nos automóveis, autocarros, motas e todos os veículos com e sem motor que se atravessam no caminho. Abre muito os olhos e exclama: «Cáua! Gande!».
Em casa, só brinca com carrinhos. Grandes, pequenos, com música, com bonecos... E quando se cansa dos carrinhos a três dimensões, pega em catálogos de automóveis e folheia-os vezes sem conta. Já reconhece o carro do pai e do avô. E está-se a ver que se o pai natal lhe trouxer um carrinho maior no sapatinho, não o vai largar um segundo...
A minha mulher leu num livro da especialidade que se devem dar às raparigas brinquedos com arestas e aos rapazes brinquedos macios, para combater os estereótipos sociais de os rapazes serem mais violentos e as raparigas mais delicadas. Mas o meu filho nunca ligou a brinquedos macios, e embora não tenhamos feito nenhum esforço para ele ter «brinquedos de rapazes», a verdade é que foi um brinquedo de rapaz que ele escolheu... Fazer o quê?
Se calhar está tudo mesmo definido à nascença. As raparigas vão gostar de Barbies, tachinhos e de pintar dentro das linhas. E os rapazes preferem as bolas, os joelhos arranhados e muitos carrinhos nos bolsos para estarem sempre prontos para a brincadeira.

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