domingo, fevereiro 13, 2005
Zarabadin
Não gosto de saudosismos. Muito menos de posturas reaccionárias. Mas nos últimos 20 anos ganhámos e perdemos muitas qualidades. E a nível televisivo demos grandes saltos no desconhecido. E muitas vezes aterrámos de cabeça. Uma das áreas em que essa realidade é mais notória é nos programas para crianças - os infantis.
Se calhar sou só eu, mas não me parece muito educativo ter programas de televisão patrocinados por companhias de combustíveis, e intercalar concursos cujo o único objectivo é fazer publicidade a gás butano e gasolina sem chumbo, com desenhos animados. Mas se calhar sou só eu.
Eu sei que as crianças estão cada vez mais impacientes, mais rápidas, e que em relação a programas de televisão são difíceis de conquistar. Mas aquilo que se passa hoje, nos canais privados e na RTP 1, é o cúmulo da preguiça. Os programadores preferem passar desenhos animados em catadupa, de qualidade duvidosa, a investir em programas com actores de carne e osso. E quando há um programa com apresentadores, ou é um concurso ou um programa de promoção à Disney, ou pior, é o Batatoon!
Mas nem sempre foi assim. Em 1985, o José Fanha e o Carlos Alberto Moniz fizeram o Zarabadin. Vinte anos depois, a RTP Memória está a retransmiti-lo nas manhãs de Domingo. O programa é muito simples. Poucos cenários, história muito curtas e muita música. Dois irmãos vão ao fundo de um chapéu mágico e interagem com as figuras de fantasia que o habitam. O programa é simples, mas o elenco é de luxo: José Wallenstein, Angela Pinto, António Feio e outros do mesmo calibre. E as músicas do Carlos Alberto Moniz com as letras do José Fanha e da Dulce Fanha.
Simples, mas mágico. Sem recurso a soluções preguiçosas, com histórias, com actores, com criatividade. Passaram vinte anos e esquecemos por completo que as crianças se ligam a histórias, que anseiam por fantasia e por imaginação, e que se se identificam com a manga de terceira qualidade do Japão, ou com os novos heróis Disney, é exactamente porque esse novos heróis lhes dão essa fantasia.
Mas basta ir ao teatro infantil, ou ver os olhos do meu filho quando assiste ao Zarabadin, para perceber que os programas de carne e osso são muito mais eficazes! Façam a experiência. Aos domingos, às 11 da manhã. E depois digam-me se notaram a diferença.«Olha o céu lá no fundo do chapéu/olha o sol e a lua a namorar/olha o céu lá no fundo do chapéu/ onde tu/ e eu vamos chegar».
Se calhar sou só eu, mas não me parece muito educativo ter programas de televisão patrocinados por companhias de combustíveis, e intercalar concursos cujo o único objectivo é fazer publicidade a gás butano e gasolina sem chumbo, com desenhos animados. Mas se calhar sou só eu.
Eu sei que as crianças estão cada vez mais impacientes, mais rápidas, e que em relação a programas de televisão são difíceis de conquistar. Mas aquilo que se passa hoje, nos canais privados e na RTP 1, é o cúmulo da preguiça. Os programadores preferem passar desenhos animados em catadupa, de qualidade duvidosa, a investir em programas com actores de carne e osso. E quando há um programa com apresentadores, ou é um concurso ou um programa de promoção à Disney, ou pior, é o Batatoon!
Mas nem sempre foi assim. Em 1985, o José Fanha e o Carlos Alberto Moniz fizeram o Zarabadin. Vinte anos depois, a RTP Memória está a retransmiti-lo nas manhãs de Domingo. O programa é muito simples. Poucos cenários, história muito curtas e muita música. Dois irmãos vão ao fundo de um chapéu mágico e interagem com as figuras de fantasia que o habitam. O programa é simples, mas o elenco é de luxo: José Wallenstein, Angela Pinto, António Feio e outros do mesmo calibre. E as músicas do Carlos Alberto Moniz com as letras do José Fanha e da Dulce Fanha.
Simples, mas mágico. Sem recurso a soluções preguiçosas, com histórias, com actores, com criatividade. Passaram vinte anos e esquecemos por completo que as crianças se ligam a histórias, que anseiam por fantasia e por imaginação, e que se se identificam com a manga de terceira qualidade do Japão, ou com os novos heróis Disney, é exactamente porque esse novos heróis lhes dão essa fantasia.
Mas basta ir ao teatro infantil, ou ver os olhos do meu filho quando assiste ao Zarabadin, para perceber que os programas de carne e osso são muito mais eficazes! Façam a experiência. Aos domingos, às 11 da manhã. E depois digam-me se notaram a diferença.«Olha o céu lá no fundo do chapéu/olha o sol e a lua a namorar/olha o céu lá no fundo do chapéu/ onde tu/ e eu vamos chegar».