sexta-feira, maio 07, 2004
MAM
Para um pai de primeira viagem não há nada melhor que um indicador. Uma estatística comprovada por anos e anos de estudos que assegure que o seu rebento está a crescer bem, a desenvolver-se, a ganhar peso.
Desde os tempos em que o Dr. Benjamin Spock andava no primeiro ano de faculdade que se estuda o desenvolvimento das crianças e se criam parâmetros que possam controlar e quantificar esse crescimento. O escrutínio é permanente. Os pais tornam-se verdadeiros corretores da bolsa do desenvolvimento infantil. Atentos a margens mínimas, a ganhos e a perdas e a estratégias para melhorar índices de crescimento.
Desde que nascem, as crianças estão sob o escrutínio rígido de vários indicadores, que atestam a sua vitalidade, resposta, capacidade de adaptação, enfim, um sem número de factores que vão mapeando o crescimento.
Quando chegam aos 16 anos, os miúdos queixam-se invariavelmente dos testes e dos métodos de avaliação das escolas. Mas comparados com os índices de Aphgar, Percentil e perímetro cefálico, os testes do sistema nacional de educação são canja.
No Diário de Bridget Jones há uma personagem que adora comparar com as amigas os índices do seu mais recente rebento. De tal forma que até exagera os número e rebentas as escalas para o colocar sempre à frente dos outros. Para ele ser o melhor..
Imagino que haja pais assim. Para quem tudo não passa de competição. Para quem um filho é um projecto, um cavalo de corrida, uma cotação que é preciso manter ou elevar... Há gente para tudo.
Eu não sou assim. Ou melhor... Tento não ser. Não gosto de competição, isso é um facto. Nunca gostei. Sou daqueles que prefere ver um Portugal-Brasil acabar empatado 4-4, com os jogadores comovidos e o público aos abraços. E no que toca a crianças, acho que não faz sentido nenhum mapeá-las com tanto rigor. Cada uma tem o seu tempo, o seu espaço, o seu ritmo.
Mas como também não quero ficar à margem da história, decidi dar o meu contributo para a ciência. E por falta de originalidade, decidi criar um novo índice.
Uma coisa muito empírica, nada científica, mas eficaz. Produto de uma análise rápida e sem grandes controlos. Um relógio, uma criança e observação, somente observação. Achei que era preciso uma sigla e dei-lhe o nome de MAM - Média de Asneiras por Minuto. Ou seja, o tempo médio entre cada candeeiro deitado abaixo, cada cadeira virada, cada brinquedo atirado, cada birra, cada choro irritado.
Um MAM elevado é sinal de vitalidade, boa disposição, saúde e bem estar. Um MAM baixo é sinal de alerta. Um MAM regular significa crescimento, e também alguma restruturação no mobiliário de casa.
Com o meu filho tem funcionado. Estou curioso para saber se funciona com todos os bebés.
Desde os tempos em que o Dr. Benjamin Spock andava no primeiro ano de faculdade que se estuda o desenvolvimento das crianças e se criam parâmetros que possam controlar e quantificar esse crescimento. O escrutínio é permanente. Os pais tornam-se verdadeiros corretores da bolsa do desenvolvimento infantil. Atentos a margens mínimas, a ganhos e a perdas e a estratégias para melhorar índices de crescimento.
Desde que nascem, as crianças estão sob o escrutínio rígido de vários indicadores, que atestam a sua vitalidade, resposta, capacidade de adaptação, enfim, um sem número de factores que vão mapeando o crescimento.
Quando chegam aos 16 anos, os miúdos queixam-se invariavelmente dos testes e dos métodos de avaliação das escolas. Mas comparados com os índices de Aphgar, Percentil e perímetro cefálico, os testes do sistema nacional de educação são canja.
No Diário de Bridget Jones há uma personagem que adora comparar com as amigas os índices do seu mais recente rebento. De tal forma que até exagera os número e rebentas as escalas para o colocar sempre à frente dos outros. Para ele ser o melhor..
Imagino que haja pais assim. Para quem tudo não passa de competição. Para quem um filho é um projecto, um cavalo de corrida, uma cotação que é preciso manter ou elevar... Há gente para tudo.
Eu não sou assim. Ou melhor... Tento não ser. Não gosto de competição, isso é um facto. Nunca gostei. Sou daqueles que prefere ver um Portugal-Brasil acabar empatado 4-4, com os jogadores comovidos e o público aos abraços. E no que toca a crianças, acho que não faz sentido nenhum mapeá-las com tanto rigor. Cada uma tem o seu tempo, o seu espaço, o seu ritmo.
Mas como também não quero ficar à margem da história, decidi dar o meu contributo para a ciência. E por falta de originalidade, decidi criar um novo índice.
Uma coisa muito empírica, nada científica, mas eficaz. Produto de uma análise rápida e sem grandes controlos. Um relógio, uma criança e observação, somente observação. Achei que era preciso uma sigla e dei-lhe o nome de MAM - Média de Asneiras por Minuto. Ou seja, o tempo médio entre cada candeeiro deitado abaixo, cada cadeira virada, cada brinquedo atirado, cada birra, cada choro irritado.
Um MAM elevado é sinal de vitalidade, boa disposição, saúde e bem estar. Um MAM baixo é sinal de alerta. Um MAM regular significa crescimento, e também alguma restruturação no mobiliário de casa.
Com o meu filho tem funcionado. Estou curioso para saber se funciona com todos os bebés.